O UM como ponto de contacto. Como podemos tomar consciência da cumplicidade e singularidade deste ponto de contacto entre seres vivos? Nem tudo toca em tudo, mas tudo toca sempre em alguma coisa. Chamemos-lhe improvisação de contacto. Uma prática, mas também um acontecimento, que surge no meio de duas criaturas que se encontram, tentando descobrir o que lhes servirá de chão. Sessão de contactos, diálogos e discussão aberta.
Emma Bigé estuda, escreve, traduz, faz curadoria e improvisa entre os domínios da dança, dos estudos transfeministas e ambientais. Utilizou o seu doutoramento em filosofia (Sharing movement, ENS, 2017) como motivo para realizar a curadoria de duas exposições de dança sobre as histórias do Contacto Improvisação (Musée de la danse, Rennes, 2018) e sobre a vida e obra do improvisador de dança Steve Paxton (Culturgest, Lisboa, 2019). Coeditora de antologias sobre improvisação (Steve Paxton: Drafting Interior Techniques, 2019; La perspective de la pomme. Histoires, politiques et pratiques du Contact Improvisation, 2021) e autora de Mouvementements. Écopolitiques de la danse (La Découverte, 2023), trabalha atualmente com estudos trans* e ecológicos, traduzindo teóricos e escritores queer (Jack Halberstam, Sara Ahmed, Alexis Pauline Gumbs, Eva Hayward...) e preparando dois livros sobre teoria ecosex e transecofeminismo.
Trabalhando com fenomenologia, dança e teoria queer, Emma personifica irregularmente a posição de professora de epistemologia da arte em escolas de artes visuais e em escolas de dança (head-geneva, cndc-angers, cnac-chalons, etc.).
domingo, 09/06/2024 — 11.00–13.00
MAAT Garden
Marta Wengorovius | Emma Bigé
UM, DOIS E MUITOS | O corpo que lê ou o infinito
UM, DOIS E MUITOS | O corpo que lê ou o infinito é o mais recente momento da obra plástica e participativa UM, DOIS E MUITOS,* de Marta Wengorovius, que, para além de obra visual, é um método através do qual a artista explora questões que nascem da intuição e da génese do movimento, acentuando as diferentes dimensões de três tipos de dinâmicas: o UM enquanto singularidade e intimidade, o DOIS como cumplicidade e o MUITOS enquanto encontro com a experiência da comunidade.
O corpo que lê ou o infinito é um convite a um processo lento de gestação e digestão: estes encontros, em formato de deambulação orientada, ativarão a Biblioteca UM, DOIS E MUITOS* (obra criada em 2012 e que se apresenta como uma bússola de reflexão sobre o Método UDM*), numa interseção do Livro com o Corpo. Da Biblioteca UM, DOIS E MUITOS foram escolhidos três livros. Cada livro será lido durante quatro meses por cada Família Utópica. Tempo do UM, Tempo do DOIS e Tempo dos MUITOS. Nesse tempo de cada leitura haverá um Encontro-Estímulo, os Encontros com os Cadernos Nómadas* – diários de leitura e de exploração do UDM –, assim como as Aulas Debaixo das Árvores.* [Consulte o Glossário para melhor compreensão destes conceitos.]
UM, DOIS E MUITOS | O corpo que lê ou o infinito apresenta-se como um quarto momento desenhado para o maat. Este caminho foi iniciado com UDM – Escola Nómada* | Levar as cores onde façam falta (2020–22) no Jardim dos Pintores, Casa da Cerca, Almada, seguindo-se a UDM Residência (2020–23) no Teatro do Bairro Alto (TBA), Lisboa, e, mais recentemente, UDM | Se uma serra nos guiasse (2022–23), na Brotéria, Lisboa.