Ainda não acabei
de Catarina Neves
Quando um artista é apreciado pelo trabalho que apresenta e não pelo facto de criar arte, apesar da doença mental, isso quer dizer que o projeto Manicómio está a conseguir aquilo a que se propõe: reconhecimento pela qualidade das obras, para além do estigma.
Durante seis meses, em 2021, os artistas do Manicómio, no Beato, em Lisboa, foram filmados a criar peças de arte que integram exposições e entram no mercado como qualquer outro objeto artístico de qualquer outro artista a quem não foi diagnosticada doença mental.
Muito para além da provocação do conceito, o documentário mostra como no Manicómio criado por Sandro Resende e José Azevedo é real a possibilidade de quebrar barreiras, de pensar e agir sem filtros desde que haja capacidade, vontade de trabalhar e talento.
Catarina Neves é jornalista há 27 anos e documentarista há dez, começou nas rádios locais ainda antes da legalização. Fez várias grandes reportagens e durante cinco anos foi enviada especial a diferentes cenários internacionais na TSF. Trabalha na SIC desde 2000 onde tem desenvolvido múltiplos trabalhos de reportagem e também como enviada especial a conflitos, como a guerra na Ucrânia, e acontecimentos, como as mais recentes eleições em Angola. Realizadora e produtora de oito documentários e duas curtas de ficção, com vários prémios atribuídos em diversos festivais.