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VIDEOARTE EM AGOSTO #2
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08/08/2020 - 08/08/2020
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VIDEOARTE EM AGOSTO #2
Curador convidado: Bernadette Caille

“Não apagamos a verdade, nem mesmo a mentira”, o slogan do maio de 68. A sessão é uma série de filmes mudos, os Ciné-tracts, curtas-metragens deliberadamente anónimas, feitas a partir de maio de 1968, em Paris. Muitos foram filmados por Jean-Luc Godard ou Chris Marker, mas sempre sob a forma de obra coletiva não assinada. De acordo com um texto da época, os Ciné-tracts devem "desafiar-propor-chocar-informar-questionar-afirmar-convencer-pensar-gritar-rir-denunciar-cultivar". Pequenos filmes mudos (excepto um, o número 6) que mostram a determinação dos estudantes e dos trabalhadores. Mostram também a violência da polícia. Até ao momento, 111 foram recuperados e restaurados. Muitas das fotografias utilizadas foram tiradas por Gilles Caron, extraordinário fotógrafo desaparecido no Camboja, aos 30 anos de idade, em abril de 1970.

Bernadette Caille é editora, professora e curadora. Foi, nomeadamente, curadora da exposição 1968, quelle histoire !, nos Rencontres de la photographie d’Arles, em 2018, e no FUSO - Anual de Videoarte Internacional de Lisboa, nesse mesmo ano, propondo uma seleção destes films-tracts, enquanto testemunhos históricos dos acontecimentos que abalaram a França e o mundo.

Ciné-tracts n° 4, 5, 6, 7, 8, 11, 16, 19, 20, 21, 24, 31, 101, 110, 111
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Os Ciné-tracts são curtas-metragens, deliberadamente anónimas, realizadas a partir de maio de 1968, em Paris. A sua produção cessaria em 1970. Fazem parte dos projetos concebidos dentro dos Etats Généraux du Cinéma, reunidos a partir de 17 de maio de 1968. Cada Ciné-tract é filmado com truca (banc-titre) e sem montagem, com fotografias francesas e estrangeiras, geralmente numa única bobina de 16mm, ou seja, 2min 44s. 
 
Durante os momentos mais fortes do protesto, estudantes ou artistas que a eles se juntaram imprimem até 3000 cartazes por dia, afixados por voluntários nas paredes de Paris, depois das grandes cidades francesas. Os trabalhadores chegam ao “Atelier”, dialogam e debatem slogans e o poder das palavras usadas para que as produções sejam mais próximas da realidade das lutas. Essa "revolução plástica" encontrou a sua prosperidade noutras áreas, como a música, o cinema, a filosofia ou a literatura, que experienciaram tremendas explosões, dando origem a movimentos com abordagens extremamente originais e além fronteiras. Os Ciné-tracts são feitos com a mesma filosofia: matéria-prima, sem montagem, sem assinaturas, sem som. Estes filmes tiveram uma distribuição militante, nomeadamente através da cooperativa SLON que mais tarde se tornou Iskra (faísca em russo, em referência à Revolução de 1917).
 

“Sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia”
(Eça de Queiroz, A Relíquia, 1887)

Numa parceria com a Horta Seca, organizadora do festival Temps d’Images ou Fuso — Festival de Vídeo Arte Internacional de Lisboa, o maat apresenta Sobre a nudez crua da verdade, um ciclo de videoarte que ocorrerá durante um mês em quatro sessões que terão lugar aos sábados ao final do dia.

O projeto tem como mote o tema da verdade, inspirando-se nesta icónica frase do livro de Eça de Queiroz e no pensamento que o sustenta: que a fantasia permite frequentemente transmitir ou revelar uma verdade.
Quatro reconhecidos curadores na área da videoarte internacional foram convidados a trazer ao museu uma proposta no âmbito do programa maat Mode 2020 para cada sessão: Jean François-Chougnet, diretor artístico do FUSO e diretor do MUCEM; Tom Van Vliet, fundador do World Wide Video Festival; Bernardette Caille, diretora editorial e curadora independente; e Lori Zippay, directora executiva da Electronic Arts Intermix (EUA).

As projeções realizam-se a partir das 17.00 e serão acompanhadas por um comentário de cada curador.

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